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31 março, 2012

Restaurantes invadem calçadas da capital


Cadeiras ocupam espaço que deveria pertencer aos pedestresA invasão do espaço público em Salvador começa ciclicamente a partir das quintas-feiras, seguindo até os domingos. Das 18h em diante, cones passam a ser alinhados às margens das calçadas de bares e restaurantes, reservando na rua espaço para o serviço de manobrista.
Na noite da última quinta-feira, 29, a reportagem flagrou a situação de abuso em cinco estabelecimentos comerciais pelos bairros da Pituba,Rio Vermelho e Barra. Para garantir um “conforto maior” ao cliente,  chega-se a utilizar até oito cones, onde caberiam três veículos. O preço cobrado para se ter uma vaga “garantida” varia entre R$ 7 e R$ 10.
Os comerciantes justificam que os cones agilizam a ação do manobrista, evitando engarrafamentos antes causados por eventuais filas de carros dos clientes à procura do serviço. Também asseguram que, apesar  dos cones inibindo o livre acesso à parte da via pública, qualquer cidadão pode estacionar seu veículo no local. Na prática, o fato não acompanha o discurso.
Depois de ser impedido pelo segurança do estabelecimento Munik Boteco Gourmet, na Pituba, de estacionar o carro particular  à frente do bar, o repórter  retornou ao local junto à equipe de reportagem para denunciar o abuso. O funcionário lhe avisou  de que ali era “reservado para embarque e desembarque”. Indagado se era proibido estacionar, o segurança respondeu: “não disse isso, mas ajudaria se tirasse o veículo”.
Os donos do Munik, Ivo D` Aguiar e Victor Fonseca, chegaram a argumentar que o Termo de Viabilidade de Localização (TVL), emitido pela Superintendência de Controle e Ordenamento de Uso do Solo (Sucom), permitiria a utilização dos cones, ao exigir deles espaço de estacionamento, mais o manobrista.
Ilegal - “A Sucom não pode autorizar a utilização de espaço público. Para emitirmos o  TVL, é exigido que eles apresentem contrato de locação de outro imóvel para estacionamento”, afirmou a assessora-chefe do órgão, Ana Paula Vicente.  Segundo os donos, os manobristas estacionam os veículos pelas ruas.
O proprietário do Doc Casual Dinning, Caco  Marinho, admitiu o erro, com o uso de quatro cones. Mas argumentou que a planta do bar aprovada pela prefeitura lhe daria direito a uma vaga de garagem. “É uma questão delicada, que a gente precisa regularizar, pois é uma necessidade”, afirmou.
Na Barra, o gerente da pizzaria Quattro Amicci, João Brito, disse que, para usar os cones, não pede “autorização”. A reportagem não falou com os responsáveis pelos outros dois estabelecimentos.

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