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27 março, 2012

Enterro da Irmã do ator Fabrício Boliveira será amanhã(28)



O enterro da nutricionista Priscila Boliveira, de 24 anos, que morreu domingo (25) durante um voo de parapente, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, está marcado para quarta-feira (28), em Salvador. Priscila, irmã do ator Fabrício Boliveira, caiu de uma altura de cerca de 20 metros.

O instrutor de voo Alan Figueiredo que acompanhava a jovem vai ser indiciado por homicídio culposo. Ele deve ser ouvido novamente na próxima sexta-feira (30).
Para o presidente da Associação Brasileira de Voo Livre (ABVL), Marcelo Silveira de Almeida,  a legislação da atividade precisa mudar: “Eu acho que tem muita coisa para a gente mudar nessa parte de legislação, mas isso é uma coisa a longo prazo, para agora fica difícil, mas acho que dá para melhorar muito essa parte dessa atividade”, disse o presidente da ABVL, ao terminar de prestar depoimento na 15ª DP (Gávea), onde o caso está sendo investigado.

Em 2010, depois de acidentes ocorridos no Rio, o Ministério Público Federal pediu que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) fiscalizasse a atividade. Mas a Anac alega que, como parapente e asa delta não são certificados pela agência, ela não tem obrigação de fiscalizar.
DefasagemPara Marcelo, os regulamentos da Anac estão defasados. “Ela cria os regulamentos, a gente procura seguir, só que os regulamentos estão defasados, têm algumas falhas. Está para mudar os RBHAs (Regulamentos Brasileiros de Homologação Aeronáutica), a Anac está passando por uma mudança. Deve sair agora um RBHA que vai ser para o voo livre, estamos aguardando”, disse ele, sem comentar quais seriam os tipos de falhas.
O presidente da ABVL foi categórico ao comentar as fotos da jovem antes do salto. “Parece que houve uma quebra de sequência, a primeira decolagem foi abortada, na segunda decolagem as travas aparecem soltas, foi o que a gente pode ver. Na primeira, estava tudo conectado, na segunda estavam abertas, na foto”, afirmou.
Ele explicou que existem três travas, duas para as pernas e uma no peitoral. Segundo o presidente da ABVL, a própria associação, junto com o Clube São Conrado de Voo Livre, vai fazer a vistoria do equipamento.
“Só é permitido voo em caráter de instrução, de acordo com as normas. Outro tipo de voo não é permitido”, afirmou , explicando que a Anac tem um Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica (RBHA) que é feito para esse objetivo.

O presidente da AVBL alegou ainda que considera já uma instrução os ensinamentos que Priscila ouviu antes do salto. “Aquele passo a passo da decolagem, aquela corrida, de não sentar, de fazer todo o procedimento já faz parte de uma instrução”, disse Marcelo.

O presidente do Clube São Conrado de Voo Livre, Carlos Trota, que também prestou depoimento nesta segunda, disse que o clube “está triste” e que foi aberta uma sindicância para apurar os fatos.
Travas soltas
O delegado disse que a decisão pelo indiciamento do instrutor partiu da análise das imagens, que mostravam as travas de segurança soltas. “Pelas imagens, percebe-se que a trava de segurança estava aberta. Mostrei para um instrutor e pessoas experientes e eles perceberam isso. Ele vai responder por homicídio culposo por negligência. A culpa foi dele que não travou a trava de segurança”, explicou o delegado. Homicídio culposo é aquele em que não há intenção de matar.
O delegado explicou ainda que o instrutor de voo é aguardado para prestar novos esclarecimentos à polícia até sexta-feira (30), quando será indiciado formalmente. De acordo com Fábio Barucke, o advogado Marco Aurélio Gomes Araújo, que defende o instrutor, alegou que seu cliente está em estado de choque após o acidente.
A ABVL informou na delegacia que o instrutor era habilitado. Segundo o delegado, os diretores da ABVL e do clube afirmaram ainda que os equipamentos estavam em dia. "Vamos aguardar o laudo para ter certeza se o material estava em bom estado", explicou Fábio Barucke.
O instrutor prestou depoimento na noite de domingo. Segundo o delegado, ele contou que tentou segurar Priscila com as pernas quando percebeu que ela estava caindo e que ela tinha se soltado da fivela de segurança. A vítima, de acordo com o depoimento do instrutor, caiu durante tentativa de aterrissagem.
A jovem momentos antes de pular de parapente (Foto: Norton Marcon/TV Globo)A jovem momentos antes de pular de parapente (Foto: Norton Marcon/TV Globo
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