Quem pensa que boneca é coisa de criança se engana ao entrar em um dos cômodos da casa de uma professora aposentada, em Santos, no litoral de São Paulo. Apaixonada por bonecas, ela se tornou colecionadora há uma década e cultiva essa paixão dentro da própria casa, com as mais de 200 bonecas que 'moram' com ela.
Marli Mesquita Soares, de 58 anos, só ganhou sua primeira boneca na adolescência. Além de sua mãe não ter condições financeiras para comprar muitos brinquedos, os que eram adquiridos eram divididos entre as cinco mulheres da casa. As bonecas, por exemplo, nunca chegavam até ela. “Quando eu comecei a namorar eu tinha 15 anos. Aos 16 anos, meu namorado, que agora é meu marido, sabia que eu gostava de boneca e me deu uma. E ela está aí até hoje. Ela é mais velha do que os meus filhos”, conta ela sobre sua primeira ‘amiguinha’, presente do começo da década de 70.
adolescência (Foto: Mariane Rossi/G1)
As mais antigas são da década de 40. Elas são mais pesadas e feitas de uma massa especial, diferente das atuais. As mais recentes vieram dos Estados Unidos e custaram cerca de R$ 300 cada uma. Mas independentemente do ano em que foram criadas e de onde vieram, cada uma carrega uma característica. Tem a ‘Mãezinha’, que carrega um bebê e o coloca para dormir, a ‘Noivinha’, preparada para casar, a ‘Beijoca’, que solta beijos quando apertam seu braço, a ‘Amelinha’, que passa roupa e utiliza vassouras como se estivesse limpando a casa e, entre muitas outras, a ‘Rockita’, que carrega um rádio e dança conforme a música.
na década de 1940 (Foto: Mariane Rossi/G1)
Marli conta que o marido sempre apoiou o hobby. Além de pintar o quarto, ele colocou as prateleiras e a acompanha nas compras. “Ele curte comigo porque ele vê como elas estão quando eu trago e como é que elas ficam depois”, explica. Além do marido, ela conquistou novos fãs do quarto das bonecas. As crianças da rua sempre visitam a casa para brincar com algumas relíquias. “Virou ponto turístico”, brinca. As crianças que têm bonecas, e que não usam mais, levam as preciosidades pra Marli, já que sabem que ela cuida delas muito bem.
os Estados Unidos (Foto: Mariane Rossi/G1)
Apesar do ciúme em relaçãos a algumas bonecas, Marli, que dedica boa parte do seu tempo à coleção, garante que nenhuma das 200 bonecas é mais importante que a outra. "Eu não tenho uma preferida. Para mim são todas minhas filhas", explica.
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