EM DESTAQUE

06 fevereiro, 2012

Policiais militares do interior da Bahia aderem à greve


Policiais militares de Ilhéus e Itabuna aderiram ao movimento iniciado em Salvador na última terça-feira (31). A confusão começou depois que os policiais militares se negaram a trabalhar na segurança da partida entre Itabuna e Bahia pelo Campeonato Baiano.
As delegações das equipes chegaram a ser impedidas de entrar no estádio Luís Viana Filho, e só após negociações com o Comando Regional da Polícia Militar, o acesso dos jogadores e das comissões técnicas foi liberado. Eles passaram por um cordão de isolamento formado pelos próprios grevistas. Com o tumulto, a Força Nacional foi acionada para garantir a segurança durante a partida.
Já em Vitória da Conquista, desde o último sábado (4), cerca de 40 policiais militares estão acampados, em frente à Companhia Independente de Policiamento Especializado (CAESG). Os demais estão concentrados nos quartéis nas outras companhias, e só vão para as ruas em caso de emergência. O município conta com um efetivo de pouco mais de 500 policiais militares. Na noite de domingo (5), as ruas da cidade estavam desertas.
Na região norte, desde sábado os policiais de Paulo Afonso aderiram à greve. No domingo foi a vez do município de Senhor do Bonfim. Os policiais destacados para dar apoio ao último dia de carnaval em Juazeiro não viajaram. Em Juazeiro, um grupo de PMs também aderiu ao movimento. Depois de uma reunião entre o comando da Polícia Militar e a prefeitura de Juazeiro, foi decidido que o último dia de carnaval na cidade iria continuar. A Polícia Civil, a Guarda Municipal de Juazeiro e o exército de Petrolina ajudaram no policiamento.
Acordo
Após rejeitar a proposta do governo de reajuste de 6,5% retroativo a 1º de janeiro, feita no domingo (5), os policiais em greve preparam uma contraproposta para o governo da Bahia na manhã desta segunda-feira (6). O grupo, que está em greve desde terça-feira (31), pede anistia administrativa e revogação das prisões, além do pagamento da Gratificação de Atividade Policial (GAP), concedida por lei aos policiais com carga horária de 40 horas semanais. Os policiais reivindicam o recebimento da GAP 4, que seria recebida em parcelas pagas a partir de agora, já a GAP 5, a partir de 2013. 
Sobre a proposta apresentada pelo governo, o presidente da Aspra, Marco Prisco disse que a oferta para colocar fim à greve dos PMs não é nova. "Essa proposta é linear e vale para todos os servidores públicos. Ela já foi feita e recusada há duas semanas", afirmou.
Greve PM-BA (Foto: Editoria de Arte/G1)
O clima provocado pelo cerco das forças do governo ao prédio da Assembleia Legislativa de Salvador, onde os PMs estão acampados, preocupa o líder grevista. Prisco teme um confronto. "Se o Exército invadir o prédio pode acontecer uma catástrofe. Não posso controlar a reação da categoria. Pode ser uma tropa armada contra outra tropa armada", afirmou.
Segundo o líder grevista, cerca de 4 mil pessoas, entre policiais e seus familiares, incluindo cerca de 300 crianças, ocupam o prédio da Assembleia. "A força não vai evitar o fim da greve ou o movimento".
De acordo com o secretário de comunicação do governo da Bahia, Robson Almeida, a proposta não oferece anistia aos policiais que tiveram prisão preventiva decretada.
Desde o início do dia, cerca de 600 homens do Exército, além de 40 agentes do Comando de Operações Táticas (COT) isolam a área próxima à Assembleia Legislativa na tentativa de garantir a livre circulação e o funcionamento do Centro Administrativo da Bahia (CAB). O isolamento da área também visa facilitar o cumprimento pela Polícia Federal de 11 mandados de prisão contra integrantes do movimento grevista.
Um grupo de pessoas que apoiam os grevistas chegou a entrar em conflito com os homens que fazem o policiamento na região. Tiros de borracha chegaram a ser disparados contra o grupo, que avançou na direção dos soldados.

0 comentários:

Postar um comentário

Parceiros

Share

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More