Enquanto as gerências da Petrobrás
alegam que não hácontaminação por benzeno nas unidades da empresa e tentam, a
todo custo, imporlimites de tolerância à substância, mais um trabalhador perde
a vida após lutardurante meses contra a leucemia mielóide aguda. Estamos falando
do companheiroEnivaldo, conhecido como Shalom, que era Técnico de Operação da
Rlam, e faleceuna tarde de quinta (18), no Hospital Sírio Libanez, em São
Paulo, ondechegou a se submeter a um transplante de medula. Infelizmente, ele
nãoconseguiu debelar a leucemia aguda que adquiriu após anos de exposição
aobenzeno em uma das unidades mais contaminadas da Rlam, a U-30, que
chegou,inclusive, a ser duas vezes interditada pelos órgãos fiscalizadores da
Bahia.
A FUP, o Sindipetro Bahia e todos os
companheiros de Shalom lamentam a perda de mais uma vida em função
dairresponsabilidade de gestores que só se preocupam com cifrões e resultados.
Ocorpo de Enivaldo será transferido para Salvador, onde será velado e
sepultadona sexta (19). Que sua história, assim como a do companheiro Kapra,
daRPBC, que também foi vítima do benzeno, fortaleça a luta dos petroleiros
porcondições seguras de trabalho. Por Enivaldo, Kapra e tantos
outrostrabalhadores vítimas do benzeno, seguimos em frente para impedir que
gestoresirresponsáveis tentem relativizar e minimizar os efeitos nocivos e
fatais desseagente químico.
Reproduzimos abaixo trechos da matéria
publicada na últimaedição do Primeira Mão, cujo conteúdo tem sido recorrente em
nossos boletins enos informativos dos sindicatos:
Em todo o Sistema Petrobrás estão
surgindo novos casos dealterações hematológicas e, mesmo assim, a empresa
continua agindo de formanegligente e até mesmo negando a existência de
petroleiros contaminados.Torna-se cada vez mais urgente que a categoria se
conscientize sobre os riscosda exposição ao agente toxicológico e se organize
para cobrar da empresa ocumprimento do Acordo Nacional do Benzeno.
A FUP e seus sindicatos continuam
mobilizados contra a tentativada Petrobrás em alterar o Acordo, alegando que
existe tolerância à substância,mesmo quando a legislação diz o contrário. O
conceito quantitativo que aempresa tanto quer impor não é seguro. Portanto, não
há tempo a perder. Diantede qualquer alteração procure o GTB (Grupo de Trabalho
do Benzeno) e denuncieao seu sindicato para que seus direitos sejam preservados
e o caso sejaencaminhado e investigado pelo Centro de Referência do
Trabalhador. Benzeno não é flor que se cheire.
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