Um homem de 34 anos, de classe média alta e que assume ser viciado em crack, foi preso nesta quinta-feira (25) por furtar equipamentos eletrônicos, esculturas e obras de arte em vários hospitais, clínicas, lojas e condomínios de luxo em Salvador.
Na 6ª delegacia, localizada na Ladeira dos Galés, no centro da cidade, o suspeito, que mora na Garcia e afirma já ter estudado Comunicação Social na Universidade Federal da Bahia (Ufba), revelou como agia e vendia as peças com único objetivo de sustentar o vício.
A polícia prendeu em flagrante também um homem considerado o principal comprador dos objetos, entre eles, imagens em madeira de Buda e santos, televisões, computadores e retroprojetores. Um quadro avaliado em R$ 50 mil, segundo a polícia, levado de um prédio na rua Horácio Urpia, no bairro da Graça, há menos de um ano, está sendo procurado.
hospitais (Foto: Ida Sandes/ G1 BA)
Conforme conta, ele agia sempre bem vestido e descreve as roupas: "Uma camisa básica por dentro, camisa de manga comprida por fora, calça de prega, cinto e sapato da mesma cor, de couro. Você adentra qualquer lugar, passeia, não é interpelado, ninguém lhe para", comenta.
Ele também usava óculos, mantinha a barba feita, cabelo cortado e, segundo afirma a polícia, se portava de forma "muito educada". "Pegava tudo e vendia por qualquer preço para adquirir o crack", apontou o suspeito, que conta já agir há "muitos anos".
Na conversa exclusiva com o G1, logo após a prisão, o suspeito comenta que comercializava os objetos roubados a preços irrisórios. A imagem do Buda repassaria por R$ 10, o monitor do computador por R$ 20 e a televisão por R$ 100. Por três quadros, entre eles, o de R$ 50 mil, aceitou R$ 280, contou. De uma clínica de oncologia, no bairro do Rio Vermelho, furtou uma cafeteira que vale R$ 900. Os hospitais Aliança, da rede privada, e o do Subúrbio, que é público, foram os únicos em que ele não praticou furtos, comentou.
Ele descreve que vendia os objetos "no escuro", que pessoas o procuravam porque sabiam que ele vendia peças boas e caras. O repasse das peças se concentrava em bairros como Barra, Corredor da Vitória e Campo Grande. "De camelô até pessoas da alta sociedade, viciei as pessoas a comprarem o roubo. Se eu chegar com um saco cheio de pedra, tem briga para comprar", diz.
Investigação
A delegada Maria Dahil, titular da 6ª DT, diz que, nos assaltos às unidades de saúde, ele se passava por médicos, usando jaleco, entrava nos prédios e roubava os equipamentos dos locais. Ele foi preso na rua, no bairro do Garcia, onde mora com a mãe.
"A gente estava apurando vários crimes, vários frutos, e chegamos até ele. Ele entra bem vestido, usa aquele jaleco branco, se passa por enfermeiro e vai entrando. Ele fala com um, com outro [funcionário] e acaba levando computadores, televisores", relata.
De acordo com a delegada, o suspeito tem passagens na polícia. "Ele usa crack e diz que gasta todo dinheiro com droga.Também estou providenciando exames para ele fazer, porque a mãe dele disse que tem poroblemas mentais", conta. O homem irá responder por furto.
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