EM DESTAQUE

26 julho, 2013

Homem furta obra de arte de R$ 50 mil para sustentar vício de crack na BA

Jovem suspeito de furto para consumir crack em Salvador, na Bahia (Foto: Ida Sandes/ G1 BA)

Um homem de 34 anos, de classe média alta e que assume ser viciado em crack, foi preso  nesta quinta-feira (25) por furtar equipamentos eletrônicos, esculturas e obras de arte em vários hospitais, clínicas, lojas e condomínios de luxo em Salvador.

Na 6ª delegacia, localizada na Ladeira dos Galés, no centro da cidade, o suspeito, que mora na Garcia e afirma já ter estudado Comunicação Social na Universidade Federal da Bahia (Ufba), revelou como agia e vendia as peças com único objetivo de sustentar o vício.

A polícia prendeu em flagrante também um homem considerado o principal comprador dos objetos, entre eles, imagens em madeira de Buda e santos, televisões, computadores e retroprojetores. Um quadro avaliado em R$ 50 mil, segundo a polícia, levado de um prédio na rua Horácio Urpia, no bairro da Graça, há menos de um ano, está sendo procurado.

Jovem suspeito de furto para consumir crack em Salvador, na Bahia (Foto: Ida Sandes/ G1 BA)Jaleco era usado para entrar em clínicas e
hospitais (Foto: Ida Sandes/ G1 BA)
"Em condomínio de luxo, não era difícil, eu perguntava por 'Júnior', porque sempre tem um filho com o nome do pai. O porteiro erroneamente dizia o nome do pai e aí eu dizia: 'é sim, senhor', e aí eu adentrava", explicou o rapaz. "Em clínicas e hospitais, eu entrava pela porta da frente, ninguém me interpelava por causa dos meus trajes", apontou, sobre a boa aparência.
Conforme conta, ele agia sempre bem vestido e descreve as roupas: "Uma camisa básica por dentro, camisa de manga comprida por fora, calça de prega, cinto e sapato da mesma cor, de couro. Você adentra qualquer lugar, passeia, não é interpelado, ninguém lhe para", comenta.
Ele também usava óculos, mantinha a barba feita, cabelo cortado e, segundo afirma a polícia, se portava de forma "muito educada". "Pegava tudo e vendia por qualquer preço para adquirir o crack", apontou o suspeito, que conta já agir há "muitos anos".

Na conversa exclusiva com o G1, logo após a prisão, o suspeito comenta que comercializava os objetos roubados a preços irrisórios. A imagem do Buda repassaria por R$ 10, o monitor do computador por R$ 20 e a televisão por R$ 100. Por três quadros, entre eles, o de R$ 50 mil, aceitou R$ 280, contou. De uma clínica de oncologia, no bairro do Rio Vermelho, furtou uma cafeteira que vale R$ 900. Os hospitais Aliança, da rede privada, e o do Subúrbio, que é público, foram os únicos em que ele não praticou furtos, comentou.

Ele descreve que vendia os objetos "no escuro", que pessoas o procuravam porque sabiam que ele vendia peças boas e caras. O repasse das peças se concentrava em bairros como  Barra, Corredor da Vitória e Campo Grande. "De camelô até pessoas da alta sociedade, viciei as pessoas a comprarem o roubo. Se eu chegar com um saco cheio de pedra, tem briga para comprar", diz.

Investigação
A delegada Maria Dahil, titular da 6ª DT, diz que, nos assaltos às unidades de saúde, ele se passava por médicos, usando jaleco, entrava nos prédios e roubava os equipamentos dos locais. Ele foi preso na rua, no bairro do Garcia, onde mora com a mãe.

"A gente estava apurando vários crimes, vários frutos, e chegamos até ele. Ele entra bem vestido, usa aquele jaleco branco, se passa por enfermeiro e vai entrando. Ele fala com um, com outro [funcionário] e acaba levando computadores, televisores", relata.
De acordo com a delegada, o suspeito tem passagens na polícia. "Ele usa crack e diz que gasta todo dinheiro com droga.Também estou providenciando exames para ele fazer, porque a mãe dele disse que tem poroblemas mentais", conta. O homem irá responder por furto.

0 comentários:

Postar um comentário

Parceiros

Share

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More