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12 junho, 2012

Leilão de 4G abre caminho para a banda larga ultrarrápida no país

Enquanto espera pelas redes móveis de quarta geração (4G), o consumidor brasileiro que optar por um aparelho compatível com a tecnologia High Speed Packet Access Plus (HSPA+) pode experimentar uma navegação mais rápida em relação ao 3G, nas redes das operadoras que já fizeram uma atualização para o 3,5G.

O novo iPad e o recém-lançado smartphone Samsung Galaxy S3 estão entre os exemplos de dispositivos vendidos no Brasil que são compatíveis com a tecnologia. "Agora com o 3,5G consegui navegar em um pico de velocidade de 5 Mbps de download e 1 Mbps de upload", conta Masi, que possui plano de dados da Vivo em seu tablet.

A tecnologia já está disponível nos pontos de acesso 3G da Vivo, no território brasileiro e também é oferecida em 964 cidades pela operadora Claro, desde o final de 2011. A TIM ativou o 3,5G em algumas regiões da cidade de São Paulo e a Oi ainda não tem data para oferecer o serviço, embora sua rede já esteja atualizada para o HSPA+ em 16 cidades.

Enquanto a tecnologia intermediária exige uma atualização de software das redes, a evolução para o serviço 4G requer uma nova infraestrutura para a oferta de dados. "Toda a parte de infraestrutura acaba sendo nova, então se deve começar a trabalhar do zero. Esse é o grande desafio de uma rede 4G hoje, porque a operadora, que é responsável por bancar a infraestrutura, tem que começar em todos os pontos que tem cobertura, e instalar uma rede nova", explica Rodrigo Ayres, gerente da LG no Brasil.


Confira a frequência do smartphone ou tablet 4G antes de comprar um aparelho no exterior
Brasil 2,5 gigahertz (GHz)
Estados Unidos 700/800 megahertz (MHz) e
2,1 GHz
Europa 2,5/2,6 GHz
Japão 2,1 GHz
China 2,5GHz
Sudeste asiático 1,8 GHz

De olho nos aparelhos importados

Ao avaliar a compra de um smartphone ou tablet com acesso 4G no exterior, o consumidor brasileiro precisa observar se o dispositivo funciona na mesma frequência que será adotada no Brasil (2,5 Ghz).
Nos Estados Unidos, por exemplo, a banda larga 4G opera nas frequências de 800/700 MHz e de 2,1 GHz. Isso significa, por exemplo, que o iPad 4G americano não será compatível com as redes 4G brasileiras. Ele vai ficar, no máximo, no acesso 3,5 G, por aqui, mesmo quando tivermos as redes 4G em funcionamento. O mesmo problema ocorre no Japão, que opera com a frequência de 2,1 GHz e em países do sudeste asiático, nos quais a frequência mais usada é de 1,8 GHz.

Já um aparelho comprado na Europa, onde a maioria dos países oferece banda larga 4G na frequência de 2,5 GHz/2,6 GHz, ou na China, que também opera em 2,5 GHz, pode ser compatíveis com as nossas redes 4G.

Segundo o GSMA Wireless Intelligence Service, mais de dois terços das frequências usadas hoje para a oferta da banda larga 4G estão na faixa de 700/800 Mhz. No Brasil, essa faixa de frequência é hoje ocupada para a transmissão do sinal de TV analógica e deve ser liberada até 2016 com a migração completa para o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-), de acodo com a Anatel.

Banda Larga fixa versus móvel

O acesso 4G deve acelerar ainda mais o movimento crescente de adesão às redes móveis pelos brasileiros, seja pela busca de mobilidade, como por falta de opções de acesso via banda larga fixa, cuja expansão depende da infraestrutura de redes de TV a cabo, telefonia e fibra óptica, no país.
Entre 2010 e 2011, o número de residências brasileiras com internet móvel cresceu de 5% para 17%, segundo a pesquisa TIC Domicílios realizada pelo Comitê Gestor da Internet Brasileira. “É uma ótima notícia já que o consumidor terá uma opção mais rápida à banda larga fixa”, afirma João Paulo Bruder, analista de telecomunicações da consultoria IDC Brasil.
O empresário Breno Masi já usa a banda larga 4G com o iPad nos Estados Unidos (Foto: Guilherme Tosetto/G1)
O empresário Breno Masi já usa a banda larga 4G
em viagens aos EUA (Foto: Guilherme Tosetto/G1)

Segundo dados da Anatel, no primeiro trimestre deste ano, 52 milhões de dispositivos estavam conectados à internet pelas redes 3G no Brasil, incluindo celulares, computadores portáteis e máquinas para pagamentos com cartão de crédito e débito. Os pontos de acesso à banda larga fixa somaram 17,3 milhões no mesmo período, segundo o estudo "Balanço de Banda Larga" feito pela consultoria Teleco.

A empresa de TV por assinatura via satélite Sky já oferece banda larga 4G em substituição ao serviço fixo. Atualmente, o Sky Banda Larga está disponível apenas em Brasília, mas a empresa informa que a cobertura deve se estender para as outras cidades onde possui licença para operar serviços de comunicação de dados (SCM). O serviço de 2 Mbps custa R$ 80 mensais e o de 4 Mbps, R$ 100 - excluindo os pacotes com TV por assinatura.

Na avaliação de Rodrigo Ayres, que experimentou recentemente a banda ultrarrápida na Coreia do Sul, a banda larga móvel de quarta geração é impactante. “Acessei um serviço lá de conteúdo sob demanda em alta definição e assisti a um arquivo bem grande, da ordem de Gigabytes, em tempo real, sem perceber quando começou e terminou o download. Aí está o potencial para não ser apenas uma solução para smartphone", alerta o executivo.

Para quem trabalha o tempo todo conectado, como Masi e um número cada vez maior de brasileiros, banda larga móvel é um serviço essencial. “Hoje dependo 100% da rede para sobreviver. Com o 4G, nos Estados Unidos, não tem mais como dizer que você não está acessível para reuniões. Então posso até esquecer a carteira em casa, mas não fico sem o smartphone ou o tablet”, conclui.

*Colaborou Laura Brentano, repórter do G1.

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