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21 setembro, 2012

Vitor Belfort x Jon Jones - UFC 152


Esqueça toda confusão de bastidores e imbróglios que antecederam o desafio entre Vitor Belfort e Jon Jones, de sábado (22), em Toronto (Canadá) como atração principal do UFC 152. Na prática, a luta tem condições de sobra para configurar um dos encontros estilísticos mais interessantes da temporada.

Dizer que Belfort terá de se esmerar para sanar a diferença de quase 27 centímetros de envergadura para Jones é chover no molhado. Mais instintivo do que técnico, é preciso saber o quanto o brasileiro repaginou detalhes do estilo explosivo para cadenciar mais as ações e atuar de forma mais segura.

Claro que o intenso poder de nocaute no jogo de Belfort é algo a ser levado em conta a todo momento, mas a grande barreira será encurtar a distância e seguir com ataques frente ao arsenal de cotoveladas, clinches e quedas do campeão. A chave para o brasileiro será domar o ritmo, balancear um padrão de movimentação agressivo e constante com escapadas e esquivas precisas, o famoso 'bater e sair'. Simples?

Jones não é apenas um cara longilíneo. Ele sabe como poucos usar o tamanho de braços e pernas como armas afiadas. Seu estilo é pouco passível de erros na longa distância (mescla chutes baixos e altos repletos de fintas), perigoso na média (com joelhadas e as famosas cotoveladas giratórias em pé) e letal na curta (onde mistura quedas e ground and pound com mais cotoveladas).

Se o camp de Belfort for atento, deve ter reforçado metodicamente a parte de defesas de quedas para a nova empreitada. Na última atuação do carioca pelo UFC, na edição 142 (Rio de Janeiro), o brasileiro foi derrubado com certa facilidade por Antony Johnson. Na marra, repôs a guarda algumas vezes, inverteu problemas e finalizou o norte-americano. Se brechas semelhantes forem apresentadas contra um lutador como Jones - eficiente ao máximo em ajustar posições e trabalhar vantagens para golpear ou encaixar finalizações por cima -, a sorte pode não ser a mesma.

Como valoriza 'religiosamente' a versatilidade, o albatros norte-americano pode apostar fielmente em manter o adversário distante com chutes variados e atacar pra valer apenas em momentos oportunos, ou mesmo atuar de forma mais racional, evitando a loteria de trocar golpes com tentativas constantes de quedas e os já famosos ataques brutais no solo. Se levarmos em conta o fato de ser faixa-preta de jiu-jitsu, com guarda sólida e jogo de giro convincente, Belfort teoricamente tem pedigree suficiente neste aspecto para fazer frente, mas ficar por baixo de Jones não tem sido boa alternativa paraos adversários.

PALPITE: As chances de Belfort residem basicamente na habilidade de seus punhos ou no fato inédito de levar Jones ao solo e trabalhar alguma finalização. A vivência de 17 anos dentro das arenas de luta também lhe dá a tranquilidade necessária para amenizar qualquer aspecto de guerra de nervos.
O pool de habilidades o norte-americano é mais amplo e sua fase atual o credencia como grande favorito. Assim, Jones deve manter o reinado meio-pesado no Ultimate com uma vitória por nocaute técnico no terceiro assalto.

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