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05 setembro, 2013

Professores são retirados à força de sede do Governo do RJ

PMs retiram professores 
à força da sede do governo (Pedro Kirilos / Agência O Globo)
Profissionais de educação vinculados ao sindicato da categoria foram retirados à força, na noite desta quarta-feira (4), de uma das sedes do governo do Estado do Rio de Janeiro, na Rua da Ajuda, no Centro da capital. Após reunião com o secretário de Educação Wilson Rizolia, cerca de 150 pessoas haviam dito que só sairiam do local após uma conversa com o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. Mesmo com a negativa dele, os professores resolveram permanecer. A Polícia Militar foi acionada e expulsou os manifestantes, com confusão e empurra-empurra.

Segundo Vera Nepomuceno, uma das coordenadoras-gerais do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), uma professora foi atingida por spray de pimenta no rosto. "Se não houvesse a imprensa ali, seríamos massacrados", disse ao G1. "Fomos agredidos de várias formas", contou Vera.

Segundo ela, a repressão da polícia foi "totalmente descabida e truculenta".

"Quando a polícia chegou, nós fomos empurrados, cutucados com cassetetes, chutados, tomamos cotoveladas e uma professora até recebeu gás de pimenta nos olhos. Foi horrível", conta ela, que fez questão de ressaltar sobre a tranquilidade nas manifestações da categoria.

"Nossa manifestação sempre é pacífica, nunca arranjamos problema nenhum. A população nos aplaude, e mesmo assim recebemos este tratamento descabido, truculento”, disse a professora, que não conteve as lágrimas de emoção. “É tudo muito triste”, desabafou.
Integrantes do Sepe queriam discutir com Pezão as reivindicações do grupo, que entrou em greve no dia 8 de agosto. O impasse acontece porque, para o sindicato, o encontro com o titular da pasta é insuficiente. "Não adianta o secretário nos receber sozinho porque tem coisas que ele diz que não pode resolver. A gente quer resolver com quem pode resolver. Nós aguardamos a audiência com o vice-governador", disse, antes da confusão, por volta das 20h, a coordenadora do Sepe, Marta Moraes.
À tarde, a Justiça do Rio determinou a suspensão da greve dos profissionais de educação do estado do Rio de Janeiro, a exemplo de uma decisão na segunda-feira (2), que valia para os professores municipais.)
O desembargador Mário dos Santos Paulo, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJ), concedeu liminar favorável ao Governo do Rio e à Secretaria de Estado de Educação (Seeduc). Segundo o TJ, o Sepe será multado em R$ 300 mil, por dia, em caso de descumprimento. O prazo para o cumprimento é de 24 horas, segundo a decisão.

Um grupo de professores estaduais realizam protesto em frente à sede administrativa do governo estadual, no Rio de Janeiro (RJ), nesta quarta-feira (04) (Foto: Ale Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Grupo pretendia passar a noite no prédio (Foto:
Ale Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo)
 
"O Sepe nunca se pautou por decisões de Justiça. Quem definirá se a greve continua ou não é a categoria, em assembleia", garantiu Gesa Correa, uma das coordenadoras do Sepe, na terça-feira. Em assembleia naquele dia, professores da rede municipal de ensino já haviam antecipado a intenção de dar continuidade à greve. Após assembleia na Lapa e passeata até a Cinelândia, a Avenida Rio Branco foi interditada.

Enem à vista
A Secretaria Estadual de Educação informou nesta quarta-feira (5)  que a intenção é não deixar que os estudantes fiquem sem aulas, principalmente às vésperas do Enem, que ocorre em outubro. De acordo com a secretaria, cerca de 800 professores faltaram ao trabalho nesta quarta. A paralisação está deixando 30 mil alunos sem aulas.

Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação, a manutenção da greve se dá por conta da falta de avanço nas negociações da pauta pedagógica, como a volta do sexto tempo e a redução do número de alunos em sala. A prefeitura lamentou a decisão do sindicato de manter a greve. E afirmou que desde o início da paralisação, não mediu esforços para atender as reivindicações da categoria.

Reivindicações
Entre os questionamentos da categoria estão o reajuste salarial de 19% para compensar as perdas salariais, a garantia de um terço da carga horária para atividades extracurriculares, que é garantida por lei, e concurso público para professores e funcionários administrativos.
A Secretaria informou que concedeu 8% de reajuste este ano. A Seeduc destacou, ainda, que concedeu novos benefícios para os professores, como os auxílios alimentação, transporte e qualificação.

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