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28 setembro, 2011

Estudantes fazem homenagem a aluno morto em escola no ABC

Estudantes voltam às aulas e 
 fazem homenagem a aluno morto (AE)

Alunos da Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul, no ABC, soltaram balões brancos na escola na manhã desta quarta-feira (28) em homenagem ao aluno Davi Mota Nogueira, de 10 anos, e à professora Rosileide Queiroz de Oliveira. Davi atirou em Rosileide dentro de sala de aula e se matou em seguida na quinta-feira (22). A professora continuava internada no Hospital das Clínicas de São Paulo nesta manhã. O estado de saúde dela é estável e não corre risco de morrer.
As aulas foram suspensas após o crime e retomadas nesta manhã. Os portões da unidade de ensino foram abertos às 7h. Os alunos usavam camisetas brancas e seguravam rosas e balões da mesma cor. Os estudantes combinaram um ato silencioso simbólico pela internet, por meio das redes sociais como o Facebook.
Poucos alunos foram à escola acompanhados dos pais nesta manhã. Os estudantes diziam estar abalados emocionalmente em retornar ao local da tragédia. Outros afirmaram ter medo de passar pela sala, corredor e escada onde ocorreu o crime.
“Nem sei como vou olhar para aquele corredor, aquela escada. Eu estudo pela manhã, o crime foi á tarde, mas o local onde a tragédia ocorreu é emblemático. Minha mãe ficou em pânico ao saber que o aluno atirou na professora e se matou”, disse a estudante Giovanna de Souza Carrara, de 15 anos. “Atendi ao pedido pela internet. Acho que vou depositá-la aí dentro mesmo”.
Depoimentos
Também nesta manhã, os pais e o irmão de Davi chegaram ao 3º Distrito Policial de São Caetano do Sul, que investiga o caso, para prestarem depoimento. A arma usada por Davi pertence ao pai do garoto, que é guarda-civil municipal na cidade. Milton Evangelista Nogueira, de 42 anos, pode ser responsabilizado por negligência por não ter impedido o filho de pegar o revólver calibre 38 que guarvada em casa.
Pais de Davi chegam a delegacia em São Caetano do Sul (Foto: Adriano Lima/Foto Arena/AE)Pais de Davi chegam a delegacia em São Caetano
do Sul (Foto: Adriano Lima/Foto Arena/AE)
Ele e sua mulher, Elenice Mota Nogueira, 38 anos, e o outro filho do casal, de 14 anos, entraram na delegacia junto com a delegada titular, Lucy Fernandes, por volta das 9h30, sem falar com a imprensa.
Como a motivação para o crime ainda é um mistério para a investigação policial, a delegada quer falar com a família de Davi para saber como o pai do garoto guardava a arma em casa e como era o comportamento do menino.
Entre as hipóteses consideradas pela polícia para explicar o crime estão bullying e disparo acidental. A polícia também investiga se o garoto quis se vingar da professora porque não gostava dela ou por sofrer humilhações, ou se teria tentado dar um susto em Rosileide e se matou com medo das consequências após feri-la.
Em entrevista ao G1 no domingo (25), Milton afirmou que o aconteceu com seu filho foi uma fatalidade “sem explicação”. Ao Fantástico, o pai de Davi afirmou que guardava a arma num armário. O pai disse que havia sido a primeira vez que guardou a arma carregada com balas.
Professora
A própria professora Rosileide afirmou nunca ter tido qualquer problema com Davi, segundo disseram seus parentes ao G1. Ela deve passar por uma nova cirurgia nesta quarta-feira (28), segundo informou a assessoria de imprensa do Hospital das Clínicas de São Paulo, onde ela está internada. Quando foi atingida no quadril pelo disparo, ela caiu e fraturou a patela do joelho, que foi imobilizada no dia e agora terá de ser fixada. Rosileide está em observação num quarto do hospital. Ela se recupera da cirurgia que retirou a bala que a feriu.
A delegada Lucy pretende ouvir o depoimento de Rosileide a partir das 10h de quinta-feira (29) no hospital.

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